No Porto, o sistema de drenagem de águas residuais é separativo, isto significa que as águas residuais domésticas têm um sistema independente do das águas pluviais.


A rede de recolha e drenagem das águas residuais da cidade do Porto é do tipo de escoamento em superfície livre (gravítico) e tem uma extensão aproximada de 550 km de coletores.


Nas zonas altas da cidade, os coletores secundários conduzem as águas residuais para os coletores gerais/intercetores sob pressão, através de 14 câmaras de transição e de 13 tanques Shone*, ao passo que, nas zonas baixas da cidade, este processo realiza-se por elevação através de 27 ejetores Shone, hidropneumáticos, abastecidos por 2 centrais de produção de ar comprimido e 11 estações elevatórias.


O sistema público de drenagem encontra-se organizado em quatro zonas (Norte, Sul, Este e Oeste) apoiadas nas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Freixo e de Sobreiras.


Com capacidade para tratar os esgotos um total de 90.000 m3 /dia de águas residuais, o que corresponde a um universo populacional de 370.000 habitantes equivalentes, ambas as ETAR estão equipadas com as mais modernas tecnologias, são totalmente cobertas, possuindo tratamento terciário com desinfeção por ultravioletas e tratamento do ar.


O efluente final é lançado no rio Douro em conformidade com as normas nacionais e europeias de descarga de águas residuais urbanas em meio hídrico.


*Isaac Shone (1836-1918) foi o inventor do Sistema de Drenagem Shone. Através de um ejetor hidropneumático, combinado com ar comprimido, este sistema permite tornar as zonas de baixa altitude tão salutares como aquelas em que as águas residuais são conduzidas de forma gravítica.