13/12/2019

A empresa municipal Águas do Porto tem preparado para 2020 um plano de investimentos significativo, priorizando a importância da gestão do ciclo urbano da água em todas as suas vertentes e a qualidade e eficiência das várias atividades que diariamente estabelece na cidade. Entre as medidas, destaque para a instalação novos bebedouros públicos.


Procurando antecipar as exigências e expetativas dos clientes, vamos continuar em 2020 o trabalho de redução da água não-faturada, com o projeto "Setorização Mais", que arrancou este ano.


Este ambicioso e pioneiro projeto, que deverá estender-se até ao final do primeiro semestre de 2021, consiste na cobertura integral do Sistema de Abastecimento de Água em termos de Zonas de Medição e Controlo (ZMC) fiáveis, com a criação de 40 novas ZMC. Envolve a construção de 35 novas câmaras de manobras e a instalação de equipamentos de monitorização e controlo em tempo real do escoamento, bem como a criação de cerca de 90 novos pontos de monitorização e controlo da pressão do escoamento no interior dessas novas zonas.

O investimento associado à implementação do projeto "Setorização Mais" foi integrado numa candidatura da Águas do Porto a fundos comunitários do Programa Operacional para a Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR), cuja aprovação garante a comparticipação em 40%, permitindo traçar objetivos a curto e médio prazos para a redução das perdas de água e da água não-faturada.


Noutra vertente, a Águas do Porto, recentemente distinguida pelo Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses de 2018, vai concluir, até ao final do primeiro semestre do próximo ano, o Projeto de Revisão do Plano de Segurança da Água. Trata-se de um importante passo para melhorar a capacidade de resposta perante situações anómalas e a prevenção de possíveis situações que coloquem em risco a qualidade e continuidade do serviço prestado.


Ao mesmo tempo, vamos dar início à elaboração dos Planos Diretores de Abastecimento de Água e de Saneamento. Estes documentos procurarão refletir as preocupações e desafios a vários níveis, tendo em consideração aspetos de enquadramento, como o desenvolvimento e evolução demográfica da cidade do Porto ou o seu crescimento social e setorial. Complementarmente, vão versar questões mais técnicas, como as reservas de água potável da cidade, a avaliação do estado infraestrutural da rede de abastecimento e das suas redundâncias, bem como o desenho de alternativas para reforço da segurança do abastecimento de água.


Mais bebedouros públicos em 2020

A instalação de 20 novos bebedouros, um pouco por toda a cidade, fica concluída até ao final do primeiro trimestre de 2020. Já iniciou na época balnear de 2019 e vai avançar com a instalação de novos equipamentos na zona histórica e na marginal ribeirinha oriental. Uma medida que dá sequência à política que permitiu a reabilitação de fontes e fontanários públicos e à instalação de bebedouros principais circuitos pedonais e clicáveis da cidade, procurando fomentar o consumo da água da torneira nestes locais.


ETAR mais eficientes e sustentáveis

No domínio da gestão das águas residuais, o destaque vai para o estudo de "Avaliação de Desempenho e Proposta de Melhoria das Instalações de Tratamento de Águas Residuais de Sobreiras e Freixo", que prevemos concluir no começo de 2020. Iniciado ainda no atual ano, este trabalho de investigação pretende antecipar os novos desafios e tecnologias emergentes nesta área e preparar a nova geração das ETAR do Porto, em matérias como a eficiência do tratamento das águas residuais, em que se inclui a ampliação das zonas com reutilização de água residual tratada; a recuperação de compostos, a eliminação de micropoluentes e a possibilidade de produção de bioplásticos. É expectável que a maioria destas medidas sejam executadas ainda durante o próximo triénio.


Cobertura a 100% da rede de drenagem pública


Relativamente à acessibilidade à rede de águas residuais, prevemos dar por concluído o Projeto "Porto Saneamento 100%", uma vez atingida a universalidade do serviço de águas residuais domésticas, com as ligações à rede pública de águas residuais de um número reduzido de imóveis ainda não ligados.

Este trabalho foi uma das prioridades de 2019 desta empresa, que traçou como objetivo a adesão integral à rede pública de saneamento, alocando vários meios técnicos e humanos para este fim. Na verdade, além da infraestruturação física e da fiscalização permanente de situações que coloquem em causa a salubridade, realizaram-se (e ainda se realizam) campanhas porta a porta, no sentido de prestar apoio aos proprietários dos prédios não ligados, sobretudo nos casos que obrigavam à adaptação de redes prediais.


Por outro lado, vamos manter o foco na identificação e eliminação de afluências indevidas. Para tanto, temos previsto um plano de controlo, através do reforço da medição e controlo de caudais de drenagem, da realização de campanhas de ação de verificação e sensibilização porta a porta, da elaboração de um plano de identificação de entidades produtoras de águas residuais de origem não doméstica e do controlo das respetivas ligações à rede pública de drenagem, através da emissão das respetivas autorizações de descarga.


Construção do Parque da Asprela

Na componente das águas pluviais e ribeiras da cidade, o destaque vai para a obra do Parque Central da Asprela, que se desenrolará durante 2020. O projeto, promovido em parceria com a Câmara do Porto, a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico do Porto, conjuga uma perspetiva de proteção dos recursos, controlo de cheias e inundações e prevenção de riscos ambientais, através da garantia de boas condições de escoamento de água e sedimentos da ribeira da Asprela, com a conceção de uma zona de fruição e lazer que funcione como polo agregador natural da maior comunidade de ensino e conhecimento da cidade.


O investimento de cerca de dois milhões de euros para este projeto será repartido pelas várias entidades envolvidas e comparticipado pelo Fundo Ambiental em cerca de 50%, ao abrigo do aviso de Prevenção e Gestão de Riscos de Cheias e Inundações.


Outro projeto em curso, que conhecerá desenvolvimentos durante os próximos anos, prende-se com o desentubamento da Ribeira da Granja, no troço que atravessa o bairro municipal de Pinheiro Torres. Com uma extensão aproximada de 200 metros, este desentubamento surge como resposta aos aluimentos registados no aqueduto, presente no local, e garante simultaneamente a valorização do espaço público de um importante bairro da cidade.


Por fim, mas não menos importante, a Águas do Porto assume o compromisso do investimento contínuo na manutenção preventiva, através da intervenção periódica em zonas críticas de inundação, designadamente ao nível da desobstrução e varejamento de coletores, sarjetas, sumidouros e grelhas, além da eliminação das ligações indevidas. Paralelamente à operação e manutenção da rede de águas pluviais, será concluída a prestação de serviço de levantamento de cadastro da rede de águas pluviais e linhas de água na cidade do Porto.