Os cursos de água que circulam na cidade do Porto tiveram, no passado, mais ou menos longínquo, grande importância a nível social e económico, tendo servido como polos de alimentação de água às populações e como apoio fundamental no regadio dos campos de cultivo.

Com o crescimento da cidade e intervenções urbanísticas muitos destes cursos de água foram progressivamente entubados e utilizados para o encaminhamento de águas residuais (domésticas e industriais), nuns casos devidamente autorizado e a título precário e, noutros, indevidamente. Esta situação contribuiu decisivamente para a deterioração progressiva da qualidade de vida das populações, nomeadamente através da diminuição na disponibilidade de água para abastecimento e rega, do aumento do risco para a saúde pública devido à poluição química e bacteriológica, do aumento da ocorrência de inundações e da perda de qualidade dos espaços ao ar livre. Começou assim a existir um corte entre as zonas ribeirinhas e a sua envolvente urbana que culminou numa posição de rejeição por parte das populações, que se habituaram a viver de “costas voltadas” para os rios e ribeiras, o que agravou ainda mais o seu estado de degradação ambiental, conduzindo em muitos casos à decisão extrema de entubamento como única opção para a salvaguarda da saúde pública.

A gestão dos rios e ribeiras urbanos foi efetuada até outubro de 2006 pela Câmara Municipal do Porto, passando a partir desta data a ser gerida pela empresa Águas e Energia do Porto, EM, aquando da sua constituição.

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