A Águas do
Porto (AP) reabilitou a Galeria da Ribeira da Granja com recurso ao Fundo de
Proteção dos Recursos Hídricos (FPRH), atual Fundo Ambiental*. O projeto,
denominado "Reabilitação Estrutural da Galeria da Ribeira da Granja", foi
desenvolvido no seguimento dos colapsos da infraestrutura hidráulica da
referida ribeira, verificados em abril e setembro de 2013, e teve como
objetivos o controlo da erosão e corrosão da infraestrutura hidráulica e a
salvaguarda de pessoas e bens dos aglomerados urbanos localizados nas áreas
inundáveis, entre outros.
Com este
projeto a AP conseguiu prevenir riscos naturais, sobretudo no que diz respeito
às áreas inundáveis situadas a montante das zonas de colapso, garantindo boas
condições de escoamento de caudais e sedimentos nesta linha de água. Foi ainda
melhorado o estado ecológico desta massa de água e, consequentemente, do
ecossistema hídrico decorrente da deteção imediata de insalubridades, com
destaque para as descargas indevidas de águas residuais domésticas e industriais.
No que diz
respeito à qualificação territorial e ambiental da zona de intervenção, foi
efetuada a limpeza e desobstrução deste troço da Ribeira da Granja e
minimizados os efeitos da erosão, transporte e deposição de sedimentos e
resíduos. Foi realizado o ordenamento hidráulico e outras intervenções de
sistematização fluvial para controlo dos caudais de cheia.
Ao nível das
infraestruturas e acessibilidades afetadas pelas intervenções, as mesmas foram
restabelecidas, nomeadamente no que respeita a vias de acesso, redes de
abastecimento de água, saneamento e águas pluviais.
Fases e enquadramento
do projeto
O projeto
foi estruturado em três fases autónomas:
·
Fase
1: Reabilitação estrutural na primeira zona de colapso da galeria da ribeira da
Granja situada junto ao Clube Fluvial Portuense, na Rua Aleixo da Mota,
incluindo a laje de fundação;
·
Fase
2: Levantamento e avaliação das condições estruturais da ribeira da Granja,
desde a zona do segundo aluimento, na Rua D. Pedro de Meneses, até à foz (Rio
Douro), estudo geotécnico e geológico da Mina do Fluvial e elaboração do
projeto de reabilitação da galeria colapsada;
·
Fase
3: Reabilitação estrutural na segunda zona de colapso da galeria da ribeira da
Granja, na Rua D. Pedro de Meneses.
Enquadramento
do projeto nos objetivos do Fundo de Proteção dos Recursos Hídricos:
O presente
Projeto respeita dois dos seis objetivos enunciados no Artigo 8.º da Portaria
n.º 486/2010, de 13 de julho, que aprova o Regulamento de Gestão do FPRH, o que
o torna elegível para financiamento pelo Fundo.
Esses objetivos
correspondem às seguintes alíneas do ponto 1 do referido artigo do articulado
legislativo:
d) Melhorar os
ecossistemas hídricos, bem como recuperar o estado das águas;
e) Contribuir
para o controlo de cheias e outras intervenções de sistematização fluvial.
Os troços
entubados revelaram fragilidades ao nível de controlo da qualidade da água e de
deteção precoce de focos de poluição. Neste domínio, os colapsos estruturais
ocorridos em abril e setembro de 2013 na Ribeira da Granja permitiram uma
deteção imediata de insalubridades, com destaque para descargas indevidas de
águas residuais, tendo estas situações sido prontamente resolvidas pela Águas
do Porto, o que permitiu melhorar o estado ecológico desta massa de água e,
consequentemente, o ecossistema hídrico.
Paralelamente,
no âmbito das obras realizadas pela empresa na Rua Aleixo da Mota, foram
executadas caixas de visita que possibilitam uma manutenção e fiscalização
adequada desta linha de água e da respetiva galeria subterrânea. Esta tipologia
de intervenção foi replicada na reparação da estrutura colapsada na Rua D.
Pedro de Meneses.
Grande parte da
área de intervenção desta Operação integra-se no domínio público hídrico.
Salienta-se que a zona a montante, compreendida entre a Via de Cintura Interna
e a Rua de Serralves, é particularmente sensível e vulnerável aos fenómenos de
cheia, encontrando-se delimitada nas "Zonas Ameaçadas pelas Cheias",
correspondentes às zonas inundáveis e à área contígua à margem dos cursos de
água.
Os perímetros
sujeitos a cheias encontram-se identificados na Carta de Qualificação do Solo
do PDM (Plano Diretor Municipal) do Porto, ratificado pela Resolução do
Concelho de Ministros n.º 19/2009, de 3 de fevereiro.
Na esteira do
Decreto-Lei n.º 115/2010, de 22 de outubro, que aprova o quadro para a
avaliação e gestão dos riscos de inundações, com o objetivo de reduzir as suas
consequências prejudiciais, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva
n.º 2007/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro, o
reforço estrutural da galeria da ribeira da Granja visa salvaguardar as
situações de risco nomeadamente no que diz respeito a áreas inundáveis, criando
condições para uma boa drenagem hídrica.
Assim, estas
intervenções são importantes para a sistematização fluvial da ribeira, o
ordenamento hidráulico do escoamento dos caudais de cheia, o controlo da erosão
e corrosão da infraestrutura hidráulica, e, prioritariamente, na salvaguarda de
pessoas e bens dos aglomerados urbanos localizados nas áreas inundáveis.
*Desde
1 de janeiro de 2017